No universo das empresas de mediação imobiliária em Portugal, poucas são aquelas, que têm planeamento estratégico dos seus negócios.
As que planeiam tudo, que o fazem anualmente, que utilizam os números para o crescimento, não têm dificuldade em justificar aos proprietários os valores que cobram pelos seus serviços.
E as outras, o que fazem?
Copiam umas pelas outras, e sim, essas têm muita dificuldade em justificar o preço que cobram, porque, elas próprias não entendem o valor dos seus serviços, e, normalmente não tem qualquer proposta de valor estruturada.
Recentemente, numa das navegações pela net, encontramos um texto engraçado que faz a distinção entre preço e valor. Vamos partilhá-lo neste artigo. É referente à atividade de construção civil, mas pode perfeitamente ser adaptado à mediação imobiliária.
Um cliente pediu um orçamento para um serviço de construção civil e quando viu o preço respondeu:
Cliente: 4500€, tão caro?
Empresário: Quanto seria para si o valor justo?
Cliente: No máximo, 1.500€. É um trabalho simples!
Empresário: Então, por 1.500€, faça-o você mesmo.
Cliente: Mas…, eu não sei fazer isso.
Empresário: Por 1.500€ eu ensino-o. Assim, vai economizar 3.000 €, e ainda vai aprender para da próxima vez que precisar já ter os conhecimentos necessários.
O cliente gostou da ideia e aceitou …
Empresário: Mas, para começar, vai precisar de ferramentas: um guincho, andaimes, rebarbadora ,máquina de corte de madeira e azulejos, pás, luvas, colheres e talochas, um contentor para os resíduos, etc…
Cliente: Mas … eu não tenho esse equipamento, nem vou comprar só para este serviço.
Empresário: Não tem problema, por 1000€ eu alugo as ferramentas, andaimes e contentor de resíduos para você realizar o serviço.
Cliente: Pode ser ….
Empresário: Na segunda-feira espero por si para começarmos o serviço.
Cliente: Na segunda-feira não posso, pode ser amanhã?
Empresário: Desculpe, mas só segunda-feira é que estou disponível para o ensinar e emprestar as minhas ferramentas. Nos restantes dias, já tenho serviços para outros clientes que aceitaram os meus orçamentos.
Cliente: Pronto, vou ter que desmarcar as tarefas que tinha para a segunda-feira.
Empresário: Hà … Esqueci-me de um pormenor! Mesmo sendo você a fazer o trabalho, você também tem que pagar alguns itens não produtivos, como por exemplo: licenças de ocupação de via publica, seguro, combustível, etc.
Cliente: Ah não… ainda vou ter que gastar mais dinheiro e perder mais tempo só para fazer o meu serviço.
Empresário: Sim, você tem tempo, tem dinheiro!! Vou preparar todo o material que você precisa. Carregamos o camião na sexta-feira de manhã. Você vai ter que vir às 6h da manhã e não se esqueça de ser pontual para evitar atrasos.
Cliente: Às 6h da manhã ? Não! Isso é muito cedo para mim! Eu costumo levantar mais tarde…. Sabe, penso que o melhor mesmo é ser você a fazer o serviço. Prefiro pagar os 4.500€. Se for eu a fazê-lo não vai ficar perfeito e provavelmente ficaria muito mais caro.
Quando se paga por um serviço, está incluido:
Ninguém pode avaliar o trabalho dos outros pelos preços praticados. Só sabendo tudo o que envolve um determinado serviço, se pode efetivamente dar o seu devido valor.
Esta é uma história ligada à construção civil, mas aplica-se a todas as profissões.
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